segunda-feira, 29 de setembro de 2008

O CHORO NAS DÉCADAS DE 70 E 80....

DÉCADA DE 70...




Ocorreu uma revitalização do gênero na década de 70. Em 1973, o Conjunto Época de Ouro e Paulinho da Viola uniram-se no show Sarau. Foram criados os Clubes do Choro em Brasília, Recife, Porto Alegre, Belo Horizonte, Goiânia e São Paulo, dentre outras cidades. Surgiram grupos jovens dedicados ao gênero, como Galo Preto e Os Carioquinhas. O novo público e o novo interesse pelo gênero propiciaram também a redescoberta de veteranos chorões, como Altamiro Carrilho, Copinha e Abel Ferreira, além de revelar novos talentos, como os bandolinistas Joel Nascimento e Déo Rian, e o violonista Rafael Rabello.Festivais do gênero ocorreram no ano de 1977. A TV Bandeirantes de São Paulo promoveu duas edições do Festival Nacional do Choro e a Secretaria de Cultura do Rio de Janeiro promoveu o Concurso de Conjuntos de Choro.





Em 1979 com o LP “Clássicos em Choro”, o flautista Altamiro Carrilho fez sucesso tocando músicas eruditas em ritmo de Choro. Altamiro é uma lenda viva do Choro: já gravou mais de 100 discos, fez mais de 200 composições e já se apresentou em mais de 40 países, difundindo o gênero.Também em 1979, por ocasião do evento intitulado "Tributo a Jacob do Bandolim", em homenagem aos dez anos do falecimento do bandolinista, é criado o grupo Camerata Carioca, formado por Radamés Gnatalli, Joel Nascimento e Raphael Rabello, dentre outros músicos.







DÉCADA DE 80...
A década de 1980 foi marcada por inúmeras oficinas e seminários de Choro. Importantes instrumentistas se reuniram para discutir e ensinar o gênero às novas gerações. Em 1986, realizou-se o primeiro Seminário Brasileiro de Música Instrumental, em Ouro Preto, uma proposta ampla que ocasionou uma redescoberta do Choro.A partir de 1995 o gênero foi reforçado por grupos que se dedicaram à sua divulgação e modernização e pelo lançamento de CDs.

E LÁ FOMOS NÓS....

Quando abri meu e-mail vi o convite. O Chorinho da Vila comemoria um ano no sábado, dia 20, com direito a bolo e tudo mais. Eu e o Nós Nas Cordas estávamos sendo convidados. Este aí embaixo, tocando pandeiro, de chapéu de palha, barba e cabelos grisalhos e óculos escuros, é o autor do convite. Grande Ronaldo!
João Paulo, nosso violão sete cordas, foi representando o Nós Nas Cordas. O restante dos meninos já tinha compromisso. Sendo assim, eu, JP e Fátima "pegamos" a estrada, rumo à Conservatória. Um dia lindo e ensolarado. Até o frio deu uma trégua.


Chegamos com uma hora de atraso, graças ao engarrafamento em Volta Redonda! Aff...
A galeria da Vila Antiga estava lotada. Difícil ir lá pra a frente. Mas era necessário, Ronaldo nos esperava e precisava saber que havíamos chegado. E lá fui eu. Cheguei junto com Paulinho Tapajós, justamente no momento em que Fred anunciava a presença do ilustre compositor, cantor e produtor musical, e pedia sua presença na roda... rsrs.


Ronaldo ficou sabendo que estávamos lá. Déo Rian também estava e entrou na roda. Fred compôs uma música para Juarez, filho do grande e saudoso Guilherme de Brito. Fred explicou o porquê e todos tocaram a música. E o público participou acompanhando o refrão: Fala Juarez!!! rsrsrs...Juarez é muito figura gente! Uma simpatia e super brincalhão...Ficou de vir a Resende tocar com o Nós Nas Cordas...

O público não arredava pé..rsrsrs. Simplesmente fantástico. Ao final da apresentação, o parabéns e o bolo. E nosso encontro com Ronaldo. Conhecemos os outros integrantes do grupo e fomos para o point, onde estão os melhores bares e restaurantes e onde os músicos se reúnem após as apresentações. Escolhemos o mesmo restaurante da outra vez, o Dó-Ré-Mi. O Aristides estava lá e providenciou aquela cervejinha no ponto. Grande Aristides! E os músicos foram chegando. Difícil foi almoçar e cantar ao mesmo tempo..rsrsrsrs...

A TARDINHA...

Depois de um belo almoço no Dó-Ré-Mi, fomos dar uma volta e retornamos à Vila Antiga. Agora, no Café, Fred e Juarez contariam histórias e curiosidades sobre o choro, o samba, a bossa-nova e etc, e interpretariam as músicas. Quando chegamos, estavam somente os dois e o pandeiro. Pouquíssimas pessoas nas mesas. E enquanto saboreava um delicioso café, as pessoas iam aparecendo e se acomodando.




Não bastasse a emoção de entregar o diploma de medicina à filha, Juarez satisfez o desejo de sua jovem médica: cantou Filho Meu. Violão e voz na cerimônia de formatura da filhota. Depois da história, a música. Ao terminar de tocar, Juarez estava todo arrepiado. E eu idem. Fiquei emocionada...rsrs
Os músicos também iam chegando e se acomodando. O Café já estava ficando pequeno demais para tanta gente. Todos atentos aos "causos". Déo Rian chegou. E mais um pandeiro. E mais um violão seis cordas. Fred descansa a flauta e um cavaquinho surge em suas mãos.


"Paulo Soledade esteve muito doente, chegando a ficar na UTI, entre a vida e a morte, mas felizmente conseguiu reagir e foi para o quarto. Num sábado pela manhã, a esposa foi visitá-lo. Pegou-lhe pelo braço e levou-o a caminhar pelo pátio. Paulinho ficou observando o sol, as flores, a natureza. Encantado, ao voltar ao quarto pediu que a esposa lhe arrumasse papel e lápis e escreveu tudo que sentiu durante aquele breve passeio matinal. Tempos depois, remexendo seus papéis, encontrou aquele. Depois de ler, fez a letra. E depois a música. E assim surgiu..."Vê, estão voltando as flores/Vê, esta manhã tão linda, Vê como é bonita a vida, Vê, há esperança ainda...."
E o público canta com os músicos...


Lourenço, um jovem de 21 anos e estudante de cavaco há apenas um, entra na roda e toca "Pedacinho do Céu". E "Doce de Côco".
"O Brasil dispôs de dois grandes melodistas: Pixinguinha e Tom Jobim. Chega de Saudade já tinha harmonia pronta. João Gilberto chega e mostra a Tom, a batida sincopada da bossa nova. Tom Jobim, então, tem uma idéia: João, toca minha música com a sua batida...Aí Vinícius chega e coloca a letra. Elizeth Cardoso grava Chega de Saudade e é um sucesso."
E os "causos" vão surgindo espontâneamente, de acordo com as lembranças e vivência de cada um. É claro que aqui estou resumindo. Lógico que eles contam com riqueza de detalhes e com os trejeitos deles. Arrancam gargalhadas, sorrisos ou provocam olhos cheios d'água e pele arrepiada. E as músicas vão chegando... E o público acompanhando. É tudo de bom!



Agora já são uns três ou quatro violões de seis cordas, um de sete, dois pandeiros, dois cavacos, um bandolim e alguns instrumentos de percussão. João Paulo, o nosso JP, entra na roda. Com Deó Rian, "Corta Jaca". Agora são dois violões de sete cordas.
Fabio Brunelli ia adorar a história de Folhas Secas. Fábio, vá a Conservatória!!! rsrs...
Déo Rian faz apresentação dia 2, na Sala Cecília Meireles, no Rio de Janeiro. Assim que ele enviar as informações, eu divulgo, tá? Gente, será imperdível!




É tudo poético, mágico e surpreendente.
Conservatória e seus chorões são simplesmente fantásticos...
Mais um desses momentos inesquecíveis que a vida nos proporciona.
Mais um dos simples prazeres da vida.
Mais um dia feliz em minha vida...

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